O livro “Chapada Diamantina: Culinária & História”, da Editora Senac, acaba de receber o prêmio Gourmand World Cookbooks Awards 2013, na categoria ‘Melhor Livro de Culinária Regional do Brasil’. O reconhecimento garante também uma vaga na disputa do The Best in The World, que elege os melhores livros por categoria entre os vencedores de cada país. O resultado do prêmio máximo da literatura gastronômica mundial sairá em maio durante a Beijing Cookbook Fair, na China.
Resultado de uma ampla pesquisa, o livro faz um apanhado histórico da rica culinária da região da Chapada Diamantina, incluindo mais de 60 receitas, todas assinadas por antigos moradores e por chefs de cozinha do circuito turístico local. O seu lançamento, em outubro de 2013, também marcou o primeiro ano de atividades do Núcleo de Educação Profissional do Senac Bahia, em Lençóis.
O historiador Delmar Alves Araújo assina a pesquisa histórica e a edição é de Marília Pessoa. A redação é das jornalistas Laís Andrade Correard, Margareth Branca Pires e Thaís Castilho Pinto. As fotos exclusivas são do fotógrafo Saulo Kainuma e o prefácio leva a assinatura de um ilustre filho da terra, o escritor e cineasta Orlando Senna. A obra leva receitas como Pudim de Aipim com Cachinhos de Mamão Verde, Pastel de Palmito de Jaca e Mousse de Capim-Santo.
Nos últimos anos, o antigo hábito de tomar um cafezinho tem se transformado e ganhado um quê de sofisticação, assemelhando-se ao costume de tomar ou degustar um bom vinho. E as montanhas da Chapada Diamantina, localizada no coração da Bahia, têm contribuído diretamente para o desenvolvimento desse prazer.
A região começa a ganhar notoriedade internacional não apenas pela beleza de suas paisagens, mas também pela sua produção reconhecida de cafés gourmet e especial, categorias da bebida e dos grãos considerados de excelência, que tem atraído apreciadores e baristas de todo o mundo.
De sabor marcante, a bebida é suave, com notas de melaço, frutas cítricas e vermelhas, acidez elegante e aroma intenso. Da região também saem blends exclusivos, que são combinações de grãos e pontos de torra diferentes. O Café Terroá, do município de Piatã, criou três tipos, chamados de Sol Amarelo, Terra Vermelha e Vento Norte, e cada um tem uma característica sensorial que agrada paladares distintos.
Para alcançar esse resultado, muitos produtores trabalham de forma artesanal. “Meu trabalho consiste em selecionar os melhores grãos, torrar com perfeição e combiná-los para produzir diferentes sabores”, afirma o mestre em torra e produtor do Café Terroá, Leo Bittner de Freitas.
Os cafés de Piatã, um dos municípios mais altos do nordeste, já receberam inúmeros prêmios, sendo várias vezes campeão baiano e, em 2009, campeão brasileiro no mais prestigiado campeonato do setor, o Cup of Excellence, que ocorre também nos principais países produtores de café do mundo. Em 2011, o café do município alcançou o segundo lugar, superando produtores de regiões tradicionais do Brasil. Hoje, Piatã, junto com o município Carmo de Minas (MG), é considerada por grandes especialistas a origem dos melhores cafés do país.
—————